Temo estar chegando perto da linha tênue que se forma entre a razão e a loucura. Os sentimentos já não mais batem à porta e esperam ser convidados, é como um tornado que não tem direção certa e arrasta o que estiver pela frente. Começa pela carência, pela solidão que se desloca de fora para dentro do meu peito, e me faz pensar naquele amor cheio de complicações em demasiado, mas que é meu ( ou pelo menos me faz pesar assim ). Depois se transforma em tristeza, uma necessidade medrosa de carinho e um abraço para afastar as coisas ruins do pensamento, que vira uma fogueira vívida, queimando as possibilidades mais perfeitas que já pude planejar. É aí que chega o medo, e esse dói mais que qualquer outro sentimento. Ele é formado pelas incertezas, e te faz ter receio da própria sombra. Se esse medo não for sanado, a raiva entra em seu lugar, minhas unhas encontram a superfície de minha própria pele, e eu já não sei mais o que estou fazendo, maltratando fisicamente a mim mesma, com uma vontade louca de gritar o mais alto que eu puder. Quando a raiva passa, vem o arrependimento, e mais uma vez, a vontade de chorar, e de saber o porque de tudo isso. Sinto que estou perdendo a sanidade. Perdendo tempo. Perdendo amor. Perdendo a vida. Gastanto pouco a pouco uma pessoa que poderia ser melhor do que realmente é.
Só preciso que ela venha e me faça adormecer.
